LUCIANO SAZO – REALIZADOR/ ARGUMENTISTA

lucianoby Ana Carrilho (ana.carrilho@portugalfantastico.com)

 

Á conversa com o realizador Luciano Sazo, realizador e argumentista da curta-metragem “Talvez, que tem como protagonistas Mafalda Teixeira e Jorge Kapinha e cuja mensagem principal é que devemos dar valor às pessoas importantes na nossa vida quando as temos ao nosso lado, pois poderá não haver outra oportunidade.

Há exactamente 29 anos nascia Luciano Sazo. De nacionalidade Chilena, escolheu Portugal para realizar filmes.

PF: Luciano, como surgiu a ideia de escrever o argumento do seu último trabalho, Talvez?

LS: Em todos os meus trabalhos, tento sempre colocar algo de mim, experiências, pontos de vista, etc… Neste caso, passado um tempo, desde que saí do Chile, comecei a imaginar como seria o meu retorno depois de muitos anos, a esse pensamento juntei a ideia de querer falar de um princípio  que sempre esteve na minha cabeça, o de valorizar o que temos, e assim aos poucos,  fui construindo a historia.

PF: Trabalhas-te com actores conhecidos da actualidade, foi positiva a experiência?

LS: Sim, na minha perspectiva foi mais que positiva pois consegui alcançar o meu objectivo. Foi um desafio trabalhar com actores tão conhecidos e com experiência em televisão ainda que fosse pouca no cinema. A minha ideia era levá-los a uma representação mais puxada para o cinema, mais dramática, mas simultaneamente  que conseguissem tratar dum tema tão comum, de uma forma mais neutra, adulta, e que não tivesse os “clichês” da televisão.

PF: Quais foram as maiores dificuldades que encontraste a gravar o Talvez?

LS: Graças a Deus não tive muitas dificuldades. Tive o prazer  de trabalhar ,desde o inicio,  com uma equipa que sempre facilitou as coisas, um director de fotografia que esteve sempre presente, e que trouxe com ele uma equipa de imagem fantástica, uma equipa cinco estrelas. Uma equipa técnica profissional e um elenco de luxo.

PF: A ante-estreia do Talvez foi recente, sentiste o apoio e o carinho junto dos teus colegas de trabalho e dos convidados?

LS: Sim, apesar desta vez ter sido diferente, pois foi um evento maior, com muitos mais convidados, imprensa, etc, Ainda assim senti sempre perto o carinho de todos. Foi um bom tempo, onde celebrámos o fruto do trabalho de todos.

PF: Antes do Talvez ainda realizaste o A espera da noiva, Eu Martim e Assim como todos os dias. Qual destes trabalhos te trouxe mais projecção e reconhecimento?

LS: Todos são diferentes mas todos ajudaram a desenvolver e a elevar o nível do meu trabalho. Naturalmente que o “Eu, Martim” ajudou muito, visto que tinha no elenco dois grandes atores conhecidos em televisão e teatro. Mas assim que foram acontecendo as produções, em cada uma eu aprendia algo que ajudava para que a seguinte fosse melhor. Mas em suma o “Eu, Martim” foi o que me deu mais reconhecimento, pois foi um projeto que acabou de certa maneira por projectar o meu trabalho.

PF: De que géneros de filmes precisa o cinema português?

LS: Eu evito falar deste tema, pois acho que tanto o cinema português quanto o internacional, necessitam sempre de todos os géneros, visto que somos todos diferentes, e os gostos mudam de uma pessoa para outra. Na minha opinião em Portugal, o cinema português devia ser mais valorizado. Portugal tem bons cineastas e bons filmes, às vezes o paradigma de dizerem sempre que Portugal não tem bom cinema, cria pré – conceitos no espectador e este nem chega a visualiza-lo. Acho que é disto que precisa, mais do que propriamente um género específico.

PF: Achas que o cinema português tem visibilidade no mundo?

LS: Sim, acredito que sim, tanto que por isso um dos meus objectivos aqui, é levar o cinema português para fora, principalmente para  o meu pais. Gosto do cinema nacional, e gosto da marca própria que nele se encontra, por isto acredito que o cinema português tem de ser mostrado também fora.

PF: Achas que os actores em Portugal são reconhecidos actualmente pelo seu mérito e dedicação?

LS: Não sei se estou em Portugal o há tempo suficiente para fazer esse tipo de análises, mas no meu ponto de vista (ainda não apurado para estes casos) observo pouco a pouco começam aparecer iniciativas que permitem aos atores serem reconhecidos.

PF: Gostavas de trabalhar com que actores portugueses?

LS: Uff tenho vários atores com quem gostaria de trabalhar, mas para dizer alguns nomes aqui, poderia falar da Rita Blanco, João Didelet, Cleia Almeida, Fernando Ferrão ou Miguel Guilherme.

PF: Quais são os cineastas que mais admiras?

LS: Gosto de alguns não muitos, até porque não sou muito bom quanto a nomes. Gosto muito de Andrei Tarkovsky, Chris Marker,  Alguns Chilenos como José Luís Torres Leiva, Raul Ruiz, Pablo Larrain ou Jimenez.

PF: Achas que Portugal está a tentar competir com o gigante hollywoodiano? Tu estás?

LS: Sinceramente acho que não. Portugal tem o seu cinema, e acho que seria sem sentido querer concorrer com o grande Hollywood.

PF: Já estás a pensar em projectos futuros. Vamos contar com curtas-metragens ou estás a pensar em realizar longas? O que podes adiantar em relação aos teus projectos.

LS: Bem, eu sempre estou com projectos, nunca consigo ficar quieto. Custa-me estar parado, pelo que posso dizer que sim, há vários projectos, algumas curtas e talvez algo maior. Mas ainda estamos a analisar, pois é um salto bem grande. Só posso adiantar que os projectos que tenho para este ano, estão a deixar-me ansioso e com vontade de realizar logo cada um deles.

PF: E porque escolheste ser realizador em Portugal?

LS: Na verdade nunca escolhi, desde o primeiro dia em que coloquei os pés em Portugal, apaixonei-me por esta terra Linda. Fiquei e depois aos poucos comecei desenvolver minha carreira aqui, principalmente porque gosto da terra e do seu cinema. Acredito que em Portugal se pode fazer cinema.

Obrigada Luciano Sazo pela tua boa vontade em ser entrevistado pelo Portugal Fantástico.

Até uma próxima. 

 

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